quarta-feira, 27 de abril de 2011

Cyberbullying

Cyberbullying é uma prática que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar apoio a comportamentos deliberados, repetidos e hostis praticados por um indivíduo ou grupo com a intenção de prejudicar outrem. Como tem se tornado mais comum na sociedade, especialmente entre os jovens, legislações e campanhas de sensibilização têm surgido para combatê-lo.

O cyberbullying tem sido definido como "quando a Internet, telefones celulares ou outros dispositivos são utilizados para enviar textos ou imagens com a intenção de ferir ou constranger outra pessoa.”  Outros pesquisadores utilizam uma linguagem semelhante para descrever o fenômeno. O cyberbullying pode ser tão simples como continuar a enviar e-mail para alguém que já disse que não querem mais contato com o remetente, ou então pode incluir também ameaças, comentários sexuais, rótulos pejorativos, discurso de ódio, tornar as vítimas alvo de ridicularização em fóruns ou postar declarações falsas com o objetivo de humilhar.

Os cyberbullies podem divulgar os dados pessoais das vítimas (como nome, endereço ou o local de trabalho ou de estudo, por exemplo) em sites ou fóruns, ou publicar material em seu nome que o difame ou ridicularize-o. Alguns cyberbullies também podem enviar e-mails e mensagens instantâneas ameaçando e assediando as vítimas, postar rumores e boatos e instigar os outros para cima da vítima.

No Ensino Médio, as meninas são mais propensas a se envolver em cyberbullying do que os meninos. Mas independente do gênero do bully, seu objetivo é intencionalmente envergonhar, perseguir ou fazer ameaças on-line para os outros. Esse assédio moral pode ocorrer por meio de e-mail, mensagens de texto e mensagens para blogs e sites (como os de relacionamento).

O cyberbullying, via Web, pode ser considerado tão prejudicial quanto o bullying "tradicional", podendo, inclusive, levar, em casos extremos, ao suicídio.
Embora o uso de comentários sexuais estejam, às vezes, presentes no cyberbullying, esse não é o mesmo que assédio sexual.A massificação da Internet, especialmente pelo uso entre as novas gerações, contribui para o aumento do cyberbullying, pois, no mundo virtual, os bullies não precisam dar as caras. A prática de cyberbullying, porém, não se limita apenas às crianças, podendo ocorrer também entre adultos.

domingo, 24 de abril de 2011

Escola cria site de Geografia para ampliar intercâmbio

A professora Marluce Furtado de Oliveira Moronari, da EEEFM “Professora Ana Portela de Sá”, de Vila Pavão, resolveu inovar, criando uma nova ferramenta para ampliar o intercâmbio de seus alunos: o website:


O layout provisório do site foi criado pelo funcionário da escola, Roberto Carlos Tetzner Zumacke, que atua no Laboratório de Informática. Porém, de acordo com a professora Marluce Furtado, no desenvolvimento do projeto, os próprios alunos irão promover alterações e finalizar o layout oficial do site.
“O site www.geografiaumajanelaparaomundo.com nasceu da necessidade de um intercâmbio maior entre as escolas da rede estadual de Educação do Espírito Santo, onde as experiências vivenciadas por alunos e professores possam ser compartilhadas e tornar o processo de aprendizagem mais dinâmico e significativo. Acreditamos que, através desse mundo virtual globalizado da internet, o estudo da Ciência geográfica possibilite ao educando algumas competências e habilidades necessárias para atuar de forma eficiente, onde a velocidade do conhecimento ultrapassa as barreiras do nosso dia-a-dia”, declara a professora Marluce.
Através do site, os alunos postarão seus projetos e trabalhos desenvolvidos em período de estudos e, dessa forma, os demais alunos do Estado e até do País poderão ter acesso e tecer comentários sobre as experiências realizadas. Além do Portal do Aluno, o site terá o Fale Conosco, arquivos de fotos, e diversas outras opções, proporcionando uma interação em tempo real entre a escola de Vila Pavão com o mundo. “É mais um projeto muito importante, elaborado por profissionais competentes, para garantir acesso as informações e qualidade no ensino dos alunos pavoenses”, elogia Creuza Joann Kosky, diretora da escola.

De Vila Pavão para o Mundo.


(Texto retirado do site da Prefeitura Municipal de Vila Pavão)

Pesquisa sobre população com diploma universitário deixa o Brasil em último lugar entre os emergentes.

Para concorrer em pé de igualdade com as potências mundiais, o Brasil terá que fazer um grande esforço para aumentar o percentual da população com formação acadêmica superior. Levantamento feito pelo especialista em análise de dados educacionais Ernesto Faria, a partir de relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), coloca o Brasil no último lugar em um grupo de 36 países ao avaliar o percentual de graduados na população de 25 a 64 anos.

Os números se referem a 2008 e indicam que apenas 11% dos brasileiros nessa faixa etária têm diploma universitário. Entre os países da OCDE, a média (28%) é mais do que o dobro da brasileira. O Chile, por exemplo, tem 24%, e a Rússia, 54%. O secretário de Ensino Superior do MEC (Ministério da Educação), Luiz Cláudio Costa, disse que já houve uma evolução dessa taxa desde 2008 e destacou que o número anual de formandos triplicou no país na ultima década.

O próximo PNE (Plano Nacional de Educação) estabelece como meta chegar a 33% da população de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior até 2020. Segundo ele, esse patamar está, atualmente, próximo de 17%. Para isso será preciso ampliar os atuais programas de acesso ao ensino superior, como o Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), que aumentou o número de vagas nessas instituições, o Prouni (Programa Universidade para Todos), que oferece aos alunos de baixa renda bolsas de estudo em instituições de ensino privadas e o Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), que permite aos estudantes financiar as mensalidades do curso e só começar a quitar a dívida depois da formatura.

“O importante é que o ensino superior, hoje, está na agenda do brasileiro, das famílias de todas as classes. Antes, isso se restringia a poucos. Observamos que as pessoas desejam e sabem que o ensino superior está ao seu alcance por diversos mecanismos", disse o secretário.

Os números da OCDE mostram que, na maioria dos países, é entre os jovens de 25 a 34 anos que se verifica os maiores percentuais de pessoas com formação superior. Na Coreia do Sul, por exemplo, 58% da população nessa faixa etária concluiu pelo menos um curso universitário, enquanto entre os mais velhos, de 55 a 64 anos, esse patamar cai para 12%. No Brasil, quase não há variação entre as diferentes faixas etárias.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ensino Superior - EAD

O ano de 2011 é um novo marco na regulação da Educação a Distância (EAD) no Brasil. Em janeiro, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou o fim da Secretaria de Ensino a Distância (Seed), há 15 anos a principal instância de regulação e direcionamento da modalidade no país. As possíveis conseqüên­cias da medida ainda são incertas, já que o MEC não se pronunciou oficialmente a respeito. Algo é certo, entretanto: apesar dos obstáculos a serem superados, a educação a distância começa a trilhar um caminho próprio, a sair da sombra e a influenciar o ensino presencial.
"Vivemos em um mundo onde a tecnologia muda o cenário dos ambientes de aprendizagem", atesta o coordenador do Núcleo de Educação a Distância (NEaD) da Unesp, Klaus Schlünzen Junior.

O Brasil é o quinto maior país do mundo em conexão com a internet - são 81,3 milhões de usuários, de acordo com pesquisas de mercado. Ou seja, estudar virtualmente será cada vez mais comum.

O mito da presença nesse contexto fica a questão: se os cursos em sua essência são à distância, por que a necessidade tão preeminente da presencialidade? Garantir a qualidade do ensino oferecido é, de forma sucinta, como o Ministério da Educação responde a essa questão. Entretanto, essa justificativa é questionada, principalmente quando a realidade brasileira é comparada a experiências em outros países. Isso, sem contar com a disseminação da cibercultura.

O consultor associado ao Hoper Group, João Vianney, defende que a questão passa por uma mudança conceitual. "O conceito mundial de educação a distância é 'anytime, anywhere'. Ou seja, o aluno pode estudar a qualquer tempo e de qualquer lugar", enfatiza. "No Brasil, o MEC criou o conceito 'no dia marcado e no lugar marcado'", compara. Vianney se refere ao fato de o aluno ter de se deslocar até os polos de apoio presenciais, em datas específicas. "O MEC está com a cabeça no século 18. Não acredita que o brasileiro seja capaz de um estudo autônomo, de uma aprendizagem independente e com suporte remoto de uma instituição", acrescenta.

Desempenho superior: tais afirmações encontram eco em dados que confirmam algumas das características da EaD, como: flexibilidade de horário e local de estudo; utilização da internet e novas mídias, pesquisa em redes virtuais, como meios do processo de aprendizagem.

O Departamento de Educação dos Estados Unidos realizou em 2010 um levantamento no qual se chegou à conclusão de que estudantes com aprendizagem, parcial ou integral, em EaD obtiveram, na média, desempenho melhor que alunos de mesmo curso do ensino presencial. Os pesquisadores mapearam 1.132 estudos científicos sobre EaD publicados entre 1996 e 2008.

Ações pulverizadas: na prática, ao extinguir a Seed, o MEC distribuiu as atribuições da ex-secretaria a outras instâncias ministeriais. A Universidade Aberta do Brasil (UAB) continuará ligada à Capes, e as antigas atribuições de regulação e supervisão do sistema de EaD estarão na alçada da nova Secretaria de Regulação e Supervisão do MEC, ocupada pelo professor Luiz Fernando Massoneto, oriundo da Faculdade de Direito da USP. Até o fechamento desta edição, os novos secretários do MEC ainda não haviam sido oficialmente empossados, e, por isso, não se pronunciaram sobre suas novas atribuições.

domingo, 10 de abril de 2011

História da Educação a Distância no Brasil

Muitos, talvez, possam pensar que o ensino a distância é uma novidade. Pois não é bem assim. O que é novo é o uso de novas tecnologias como os recursos interativos da internet, o que chamamos de novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Os cursos à distância existem desde o momento em que começaram a ser veiculados pelos correios, ou seja, por correspondência.

Diversos historiadores, ao trabalharem com alguns jornais do final do século XIX e inícios do século XX, se depararam com anúncios com ofertas de cursos profissionalizantes à distância. Em seu artigo A História da EAD no Brasil, João Roberto Moreira Alves nos informa sobre alguns estudos que demonstram a existência dessa oferta. Ao tentar fazer, de uma forma bem sucinta, ligeira, um percurso panorâmico do ensino a distância no Brasil no decorrer do século XX, ele relata, por exemplo, estudos do IPEA em periódicos como o Jornal do Brasil do final do século XIX e início do século XX, que mostram a oferta de cursos profissionalizantes por correspondência. Eram geralmente cursos de datilografia oferecidos por professoras particulares. Também nos informa que em 1904 houve a instalação de uma instituição chamada “Escolas Internacionais”. A unidade de ensino era, segundo o autor, uma filial norte-americana que oferecia cursos por correspondência voltados para a área de comércio e negócios.

O ensino a distância alcançou novo patamar com o surgimento de uma nova tecnologia, a radiodifusão, inaugurada no Brasil em 1922. Com o tempo, ela tornou-se o meio de comunicação que a maioria da população tinha acesso como ouvinte. Com a redução dos custos do receptor de rádio, passou a exercer grande influência na vida diária das pessoas, tanto em zonas urbanas quanto rurais. O professor Edgard Roquette- Pinto lançou, em 1923, a primeira estação de rádio no Brasil, a Sociedade Rádio do Rio de Janeiro. Essa rádio passou a veicular, em sua grade de programação, vários programas de educação popular que tiveram muito êxito. Os governos à época estavam atentos e preocupados, visto que temiam a difusão de programas de contestação na atmosfera revolucionária do final dos anos 1920 e inícios dos anos 1930. A partir da Revolução de 1930, o governo de Getúlio Vargas criou várias exigências de difícil cumprimento. A rádio acabou sendo incorporada ao Ministério da Educação e Saúde em 1936.

Em 1932, Getúlio Vargas autorizou, através de decreto através de decreto, a comercialização de espaços publicitários pelas emissoras e passou a utilizar o rádio para veicular suas realizações e ideias. Com a receita da publicidade, as emissoras investiram em equipamentos e nos funcionários. A consequência foi a popularização da programação, o que possibilitou ao rádio viver sua época de ouro, entre os anos 1930 e 1940. A radiodifusão passou a ser uma grande influência em todas as áreas, tendo poder decisivo nos campos econômico, político, social, religioso, cultural e educativo. Os mecanismos de controle e censura no período também foram muito ativos. Em 1937, foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação e vários programas foram implantados como, por exemplo, a Escola Rádio Postal.

A partir do fim do Estado Novo (ditadura de Getúlio Vargas que durou de 1937 a 1945), diversas iniciativas ocorreram no campo do ensino a distância. A abertura do SENAC em 1946 foi muito importante. Uma de suas mais relevantes realizações foi a criação da Universidade do Ar que, em 1950, já atingia 318 localidades.

Isto não quer dizer que a oferta de cursos por correspondência tenha sofrido diminuição. Pelo contrário. Uma experiência de grande sucesso foram os cursos por correspondência do Instituto Universal Brasileiro (IUB), criado em 1939 em São Paulo. Os anúncios encartados em jornais e revistas ofereciam cursos por correspondência em diversas áreas como corte e costura, fotografia, mecânica, eletrônica, contabilidade, etc., ou seja, a tecnologia veio contribuir com novas formas de oferta de ensino a distância, numa perspectiva somativa e não substitutiva.

No início dos anos 1960, por exemplo, com a popularização do rádio de pilha, o Movimento de Educação de Base (MEB), ligado à Igreja Católica, com o apoio do governo federal, desenvolveu um programa de alfabetização de adultos através do Rádio Educativo.

Vivemos agora um momento importante, com a expansão dos computadores pessoais e a comunicação via internet. O ensino a distância está se consolidando atualmente graças a essa tecnologia usada por nós no presente curso. As tecnologias digitais, a educação on-line, estimulam, hoje, a interatividade. Há diversas ferramentas disponíveis para isso: o e-mail, os fóruns de discussão, os chats (ambientes de conversa on-line), amplamente explorados em softwares de educação como o Moodle, e as videoconferências. O desafio agora, no Brasil, é fazer a inclusão digital de todos os brasileiros. Isso só será possível com o barateamento dos custos de transmissão para fins sociais, com a democratização do acesso via banda larga.